Atuação Estratégica

2020

Reunião com o Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo - 19/02/2020

Reunião com o Dr. Marcos Penido, Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, sobre "Gestão Integrada das águas subterrâneas", realizada na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente no dia 19 de fevereiro de 2020.

Em evento promovido pelo Projeto Conexão Água, pesquisadoras debatem saúde humana e ambiental - 03/2020

Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Projeto Conexão Água do Ministério Público Federal (MPF), convidou renomadas referências de diferentes áreas para falar sobre como o acesso à água contaminada especialmente por agrotóxicos pode impactar a vida, a saúde humana e a saúde ambiental. O vídeo, com a íntegra do seminário, está disponível na TV MPF. Clique aqui para assistir.

Participaram do evento a professora doutora no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Mies Bombardi, a bióloga e pesquisadora do Instituto Butantan Monica Valdyrce dos Anjos Lopes Ferreira e a PHD em oncologia e imunologia, Nise Yamaguchi.

Em sua fala, Larissa Bombardi chamou atenção para os efeitos da elevada utilização de agrotóxicos no Brasil, que lidera o ranking de países que mais consomem esse tipo de substância. Autora do atlas “Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia”, ela apresentou dados que mostram como o alto índice de resíduos agrotóxicos permitidos em alimentos, na água potável e no solo, provoca doenças, como Alzheimer e câncer, podendo causar mortes.

Larissa faz uma comparação entre Brasil e União Europeia (UE), mostrando que agrotóxicos que são usados por aqui não são liberados nos próprios países em que são produzidos. Segundo a pesquisadora, na água potável brasileira admite-se 5 mil vezes mais resíduo do herbicida glifosato do na UE. “Como falar de saúde no Brasil quando permitimos isso?”, questionou. Para ela, o governo brasileiro deve adotar critérios mais rigorosos para a liberação de pesticidas no país.

Confira a apresentação


A bióloga Monica Valdyrce dos Anjos Lopes Ferreira falou sobre sua trajetória profissional e acadêmica, mostrando como seus estudos a levaram a pesquisar métodos de aferir a toxicidade das águas, causada por agrotóxicos e outros agentes. Ela, que possui doutorado em Imunologia, trabalha na caracterização toxinológica de venenos e toxinas animais, principalmente de peixes, e estuda também sobre a influência das substâncias tóxicas no meio ambiente. Para Monica, é preciso educar a população, falando para todos sobre água, saúde e ciência, a fim de que os impactos negativos da utilização de agentes químicos sejam reduzidos através da prevenção. “É por meio da educação que vamos conscientizar e apontar alternativas”, disse.

Confira a apresentação


Câncer de mama – A oncologista e imunologista Nise Yamaguchi falou sobre câncer de mama, salientando como a alta ingestão de agrotóxicos, aliada a uma rotina sedentária e a uma alimentação com excesso de carne vermelha, hormônios, corantes e conservantes, faz com que possa haver mais mutações celulares responsáveis pela doença. Segundo ela, a ocorrência de câncer de mama é maior em países como os Estados Unidos, que consomem uma alta quantidade de alimentos transgênicos e com agrotóxicos. “Uma mulher japonesa que vai morar, por exemplo, no Havaí, tem dez vezes mais chances de ter câncer de mama do que quando morava no Japão”, exemplificou.

Confira a apresentação


Projeto Conexão Água – A procuradora regional da República Sandra Kishi, coordenadora do Projeto Conexão Água, enfatizou que o MPF está atento aos impactos negativos aos cidadãos, causados pela poluição na água. “Retardar medidas de prevenção é crime”, afirmou. A procuradora citou denúncia proposta pelo MPF no Rio de Janeiro contra a Cedae por poluição da Baía de Guanabara e do mar e complementou sua fala dizendo que, além de ações penais, o MP atua de maneira resolutiva, por iniciativas como o Conexão Água, que tem como objetivo propagar a sinergia de governança colaborativa com a formação de redes sobre desafiantes temas da ordem do dia, nas quais representantes dos diversos setores da sociedade civil, do governo, das ONGs, do setor público e privado e da academia se articulem em iniciativas proativas, visando à melhoria do acesso à água de qualidade no Brasil e da gestão integrada participativa e transparente da água com a do meio ambiente para a efetiva sustentabilidade, considerando importantes indicadores da saúde, de território, do clima, tecnologia, proteção da biodiversidade, transparência e participação da sociedade.

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